sexta-feira, 22 de julho de 2011

APRENDENDO COM O MESTRE DRUMMOND 58

Entre a dor e o nada o que você escolhe.
JCA

CONVERSAS À BEIRA DO LAGO 8

O dia nasce e mais uma vez chega a hora de minha caminhada matinal e aprendizado diário. Não consigo explicar, mas desde que conheci este homem parece que comecei a evoluir como gente, estou mais humano, mais tolerante e muito mais paciente com todas as pessoas com quem convivo. Ele me ensina a ser melhor a cada dia e me mostra que sendo assim estou cada vez mais perto da felicidade. Pensando em tudo isso chego ao nosso local de encontro, ele já está terminando o alongamento quando me aproximo. Faço meus preparativos e iniciamos os primeiros passos silenciosamente, como sempre. Minutos depois lhe pergunto como foi que ele lidou com a falta de dinheiro durante sua vida. Espantado ele me indaga sobre o motivo da pergunta. Explico que estou vivendo uma fase muito difícil, muitas dívidas, pouco dinheiro e quase nenhuma perspectiva de mudança no cenário. Ele fica em silêncio durante algum tempo, mas já aprendi a conviver com isto, cada vez que lhe faço um questionamento pessoal ele pensa muito antes de responder, espero e logo ele começa a sua lição de vida. Eu fui um homem de muita sorte na vida, comecei a trabalhar muito cedo, menino ainda como engraxate, em seguida fui lavador de carros, entreguei marmitas, fui balconista numa cafeteria, mensageiro de hotel. Estudei, me formei e consegui emprego na minha área de graduação. Anos depois me casei, tive filhos e consegui manter minha família com conforto e segurança, no que diz respeito à questão financeira. Hoje gozo de uma aposentadoria razoável que me permite fazer o que gosto sem precisar passar nenhuma necessidade. Segui desde meu primeiro trabalho de engraxate um conselho de meu avô: “menino de jeito nenhum gaste antes de receber, jamais gaste tudo o que receber e em hipótese alguma faça dívidas, pois o futuro é incerto”. Pensando nisso sempre guardei uma parte dos meus pagamentos, em determinados meses quase nada, já em outros um valor maior e assim fui construindo minha reserva. Fiz disso uma profissão de fé, assim que recebia separava o dinheirinho do meu futuro e me esquecia dele em seguida, aos poucos fui juntando o que tenho hoje para algumas extravagâncias. O segredo para que o dinheiro não falte é não gastar o que não se tem sempre comprar a vista e pedir desconto e planejar o que quer, quanto custa e quando será possível comprar. Não estou dizendo que esta seja a forma certa de agir, apenas estou lhe contando como administrei a minha vida financeira. Tomara que esta minha forma de agir sirva para alguma coisa para você. Sempre serve, respondi a experiência é sempre sábia, vou começar a aplicar e espero colher bons resultados. Seguimos em silencio a partir dali.

JCA