O RACISMO DA COR

 

TIRE O SEU RACISMO DO CAMINHO

QUE EU QUERO PASSAR COM A MINHA COR

NA SUA CABEÇA EU SOU NEGRINHO

NEGRINHO SIM COM MUITO AMOR

 

EU ME ENGANEI QUANDO TE ENCONTREI NA RUA

VAI INVEJANDO QUE MINHA VIDA CONTINUA

 

SEU PRECONCEITO SÓ AUMENTA MINHA MÁGOA

MAS MEU SORRISO TIRA ESSA TRISTEZA BRAVA

EU SOU AQUILO QUE VOCÊ DESEJA SER

SOU O BRILHO QUE TE FAZ SOFRER

 

TIRE O SEU RACISMO DO CAMINHO

QUE EU QUERO PASSAR COM A MINHA COR

NA SUA CABEÇA EU SOU NEGRINHO

NEGRINHO SIM COM MUITO AMOR

 

J.C.A.

 

 

O COMEÇO DO NOSSO FIM

Eu pedi tanto ao Criador,

Que me desse um amor,

Me mandasse algo puro,

Mas não fui merecedor.

 

Em sua infinita bondade,

Me entregou a felicidade,

Mas por um período curto,

Até descobrir a falsidade.

 

Aos poucos fui desabando,

À tristeza fui me entregando,

O coração entrando em surto,

E o amor foi se acabando.

 

E o fim era questão de tempo,

Um emaranhado de pensamentos,

Tomava conta dos meus dias,

Conviver passou a ser um tormento.

 

E foram tantos erros meus,

E foram tantos erros seus,

Que quando chegou ao fim,

Na verdade, nem doeu.

J.C.A.

ACONTECEU EM ITAJUBÁ

Tarde de sábado, um sol escaldante sobre as ruas e calçadas, mais ou menos meio dia e meia, um senhor, aparentemente reciclador de materiais caminha pela Rua Nova, olhando em todas as lixeiras em busca de algo que lhe seja de valor para poder vender ao final do dia e assim levar para casa o sustento. Paro ao lado dele com algumas moedas que peguei de troco numa casa lotérica e lhe ofereço, sei lá, para matar a fome até que o longo dia termine. Com uma educação de impressionar ele me aponta uma pessoa sentada no começo da rua, com uma criança no colo pedindo ajuda para comprar algo para comer e também para a criança se alimentar. Confesso que na hora estranhei a atitude, mas ele me explicou: - Eu estou trabalhando, desde às 5:00 da manhã eu estou “garimpando” coisas boas, coisas que as pessoas descartam e que mais tarde irei vender e assim poder levar o que comer para mim, minha esposa e meus filhos, e com a graça de Deus tem dado certo nos últimos quatro anos. Tenho conseguido pagar o aluguel, água, luz, um telefone celular e internet para os meninos poderem continuar estudando desse jeito novo. Não passamos grandes necessidades, não temos luxo, mas para o arroz, feijão, ovo e uma carninha de vez em quando até tem. Perguntei como era a vida, se a família se queixava da quase pobreza, sorrindo ele me diz que não, aos domingos os meninos é que saem para o “garimpo”, eles dizem que eu preciso descansar, preciso me refazer para a luta da semana inteira. Tenho aceitado a ajuda, pois numa coisa eles têm razão, estou cansado mesmo. Mas Deus é grande e um dia desses tudo vai melhorar, tenho uma casa simples, não conseguimos nenhum móvel de granfino, a televisão ainda é de tubo, mas temos um lar. Temos um lugar para onde gostamos de voltar depois de nossas tarefas diárias, um lugar onde sorrimos, brincamos e mantemos a união e harmonia. Posso dizer que sou um homem realizado, meus meninos estão quase formados e minha esposa cuida de nós e da casa com muito carinho e dedicação. Posso não ter a vida que sonhei, mas tenho mais do que preciso e mereço. Aquela pessoa ali está precisando muito mais de sua ajuda financeira do que eu, mas mesmo assim lhe agradeço muito pela oferta e pela conversa, muitas vezes sou ignorado como se fosse invisível aos olhos de todos, o senhor me viu e tentou me auxiliar. Nesse momento nós dois percebemos que havia uma pessoa ao nosso lado que tinha ouvido toda a nossa conversa, pediu licença e entregou ao homem um envelope fechado e informou que iria fazer a mesma coisa para a outra pessoa que estava sentada com a criança no começo da rua. Pediu para aceitar, mas para não abrir ali na rua, para abrir em casa em companhia da família. Fez isso me olhou e perguntou se poderia me dar um abraço porque se não fosse por mim ele também teria ignorado o homem e o tratado como invisível. Nos abraçamos, mesmo em tempo de pandemia, nunca tinha visto essa pessoa, mas ele me conhecia, pois me disse Júlio Anselmo hoje você me deu uma aula dignidade e acolhimento. Ambos seguiram seus caminhos o homem continuou “garimpando” as lixeiras da rua e o outro parou perto da pessoa sentada com a criança, entregou o envelope e foi embora. Eu, eu fiquei ali por uns 15 minutos chorando, confesso que fiquei curioso quanto ao conteúdo dos envelopes, mas fiquei mais ainda envergonhado das moedas que eu quis oferecer.

J.C.A.

DIA DAS MÃES 2020

Domingo 10 de maio de 2020, poderia ser só mais um domingo, como os outros cinquenta e um desse ano.  Porém esse é muito especial, é um dia de celebração, um dia para se fazer reverência ao ser humano mais importante do mundo, “mãe”. Hoje é o dia das mães, para aqueles que as tem por perto dia de demonstrar seu amor, pela primeira vez na vida da maioria, sem abraços, sem beijos, sem proximidade. Para os que já perderam o privilégio da convivência dia de tristeza, de saudade, de arrependimento. A vida é uma imensa crueldade quando tira a mãe de alguém. Mãe deveria ser eterna... Não, não deveria não, mãe precisa ir embora, eu escrevi uma vez... “A dor de perder um filho o tempo não apaga não, é sim como punhalada direto no coração...” Nenhuma mãe tem que enterrar um filho. Mas vamos comemorar, vamos parabenizar a minha mãe, Magdalena que é e sempre foi meu porto seguro, a minha esposa Gabriela, que me deu de presente o João Vitor, as minhas ex-mulheres que me deram também de presente o Matheus e a Mayara, a minha cunhada Delma que nos encantou trazendo ao mundo a Julianny e a Isabella, a minha nora Tais que me deu a maior emoção da vida me dando a Júlia, minha primeira neta e que um dia também será mamãe, as minhas amigas, que por serem muitas melhor não citar nomes para não esquecer ninguém. Deus, o Todo Poderoso percebeu um dia que não conseguiria cuidar de todos o tempo inteiro, então ele criou as mães. Cuidadoras, protetoras, amamentadoras. A todas as mães do mundo, presentes em corpo ou somente em espírito, parabéns. Sejam sempre abençoadas pela Mãe de Jesus Cristo e continuem sendo o alicerce de todas as famílias.

J.C.A.