sexta-feira, 29 de outubro de 2010

FUTURA FM


Emissora de freqüência modulada da cidade de Itajubá,
começou num 12 de outubro seu sucesso despontar.
Desde o primeiro momento o estilo diferenciado,
parece que a Padroeira havia lhe abençoado.
Hoje tem no jornalismo o seu ponto mais marcante,
levando a informação precisa, seja perto ou mais distante.

Programação de qualidade para uma audiência inteligente,
já garantiu seu lugar na preferência de muita gente.
Marca forte e definida que revela a sua missão,
que se resume em música de qualidade e a correta informação.
A sua programação musical é variada de verdade,
tocando o melhor de tudo a noite de manhã ou a tarde.

A equipe que foi formada é competente e unida,
já cedo esta turma animada, contente corre para lida.
Seu Antonio é o comandante, um exemplo a ser seguido,
com 77 anos determinado, sério e amigo.
O Luciano é o gerente, camarada bom de jogo,
só não pisem na bola com ele, porque quando ele explode é fogo.

Na técnica tem o Duarte, que encara tudo que se pede,
e como é louco por rádio, esforço ele nunca mede.
A Marina faz café, opera mesa e é secretária,
tudo com muito carinho e a competência necessária.
Além desta turma especial, temos a vista privilegiada,
estamos num ponto bem alto, salas amplas e ventiladas.

Amanhece esta emissora, com o Futura em Revista,
o programa tem de tudo reclamação, médico e artista,
assunto é o que não falta: de música ao vivo à religião,
O ouvinte liga sempre e no ar deixa sua opinião.
No comando Cotrim Salomon a voz que a cidade acredita.
No fim de tarde a programação é feita pelo Renato Vita.

Onze horas tem debate, provocações e malícia,
Rodrigo Marques apresenta o Itajubá Notícias.
Tem pitacos na política e convidados especiais,
A conversa às vezes esquenta e as discussões são fatais.
Domingo é especial com a rádio e as famílias unidas,
transmitindo a Santa Missa direto de Aparecida.

Quem saber onde é que fica esta empresa diferente,
venha ao centro da cidade e tome um café com a gente:
Major Belo Lisboa 22 sétimo andar,
se tiver dificuldade logo na portaria pergunte ao "Seu" Ademar.
A emissora é simples mas é séria e bem mineira,
Tem à frente Sebastião, Karina e Rodrigo Riêra.

JCA

AFF... DUZENTAS POSTAGENS

Confesso que mesmo descrente de ter chegado a este número, foi mais fácil do que chegar às cem...

JCA

APRENDENDO COM O "MESTRE DRUMMOND" 41

Para a virtude da discrição, ou de modo geral qualquer virtude, aparecer em seu fulgor, é necessário que faltemos à sua prática.

O ETERNO POETA VINÍCIUS DE MORAES










Feijoada à Minha Moda

Amiga Helena Sangirardi
Conforme um dia prometi
Onde, confesso que esqueci
E embora — perdoe — tão tarde

(Melhor do que nunca!) este poeta
Segundo manda a boa ética
Envia-lhe a receita (poética)
De sua feijoada completa.

Em atenção ao adiantado
Da hora em que abrimos o olho
O feijão deve, já catado
Nos esperar, feliz, de molho

E a cozinheira, por respeito
À nossa mestria na arte
Já deve ter tacado peito
E preparado e posto à parte

Os elementos componentes
De um saboroso refogado
Tais: cebolas, tomates, dentes
De alho — e o que mais for azado

Tudo picado desde cedo
De feição a sempre evitar
Qualquer contato mais... vulgar
Às nossas nobres mãos de aedo.

Enquanto nós, a dar uns toques
No que não nos seja a contento
Vigiaremos o cozimento
Tomando o nosso uísque on the rocks

Uma vez cozido o feijão
(Umas quatro horas, fogo médio)
Nós, bocejando o nosso tédio
Nos chegaremos ao fogão

E em elegante curvatura:
Um pé adiante e o braço às costas
Provaremos a rica negrura
Por onde devem boiar postas

De carne-seca suculenta
Gordos paios, nédio toucinho
(Nunca orelhas de bacorinho
Que a tornam em excesso opulenta!)

E — atenção! — segredo modesto
Mas meu, no tocante à feijoada:
Uma língua fresca pelada
Posta a cozer com todo o resto.

Feito o quê, retire-se o caroço
Bastante, que bem amassado
Junta-se ao belo refogado
De modo a ter-se um molho grosso

Que vai de volta ao caldeirão
No qual o poeta, em bom agouro
Deve esparzir folhas de louro
Com um gesto clássico e pagão.

Inútil dizer que, entrementes
Em chama à parte desta liça
Devem fritar, todas contentes
Lindas rodelas de lingüiça

Enquanto ao lado, em fogo brando
Dismilingüindo-se de gozo
Deve também se estar fritando
O torresminho delicioso

Em cuja gordura, de resto
(Melhor gordura nunca houve!)
Deve depois frigir a couve
Picada, em fogo alegre e presto.

Uma farofa? — tem seus dias...
Porém que seja na manteiga!
A laranja gelada, em fatias
(Seleta ou da Bahia) — e chega

Só na última cozedura
Para levar à mesa, deixa-se
Cair um pouco da gordura
Da lingüiça na iguaria — e mexa-se.

Que prazer mais um corpo pede
Após comido um tal feijão?
— Evidentemente uma rede
E um gato para passar a mão...

Dever cumprido. Nunca é vã
A palavra de um poeta...— jamais!
Abraça-a, em Brillat-Savarin
O seu Vinicius de Moraes


Texto extraído do livro "Para viver um grande amor", Livraria José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1984, pág. 97.


JCA

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O PARAÍSO É AQUI, OU PERTO DAQUI

Minas tem aquelas coisas difíceis de explicar,
Como é que Deus botou no mundo, lugar tão lindo sem mar?
Mas saber de mineiro é profundo,
A resposta logo vem, nem carece cutucar:
Tá na roça meu amigo, onde em menos de um segundo,
A gente se esquece de tudo e pára prá “prosear”.

Tem roça de todo tipo, de plantio de boteco,
Onde uns cabra esquisito, que são seco e desconfiado,
Óia prá gente dum jeito ameaçando ter um treco,
Mas depois de um tempo junto já se mostra modificado.
É o jeitão do caipira, sossegado, respeitoso,
Que traz no fundo do seu peito um coração generoso.

Aqui perto de minha cidade existe um lugar assim,
Tem um bar bem freqüentado, cuidado por duas muié.
Ao lado o posto de saúde, ali bem perto da igreja.
Tem uma varanda bonita que onde quer que se esteja
Dá prá enxergar direitinho, o Dito, o Pedro e o Mané
Amigos que se reúnem sempre no botequim.

Os nomes pouco me importam o que interessa é o lugar,
Vão chegando pouco a pouco, tomando uma cachacinha,
Tira gosto tem de monte, torresmo, lingüiça, leitoa.
Quando a tarde vem findando o bar de gente amontoa,
Vindos do trabalho na enxada, roupas sujas, sem bainha,
Contam histórias de tudo até a noite acabar.

Quem quiser saber onde fica este paraíso na terra,
É fácil de encontrar, mesmo sem conhecer nunca erra.
Pega a Estrada da Barra ali em Delfim Moreira,
Depois da ponte a direita segue sempre pela beira.
Logo vai enxergar na estrada um bar no meio do caminho,
Meu amigo pare o carro e seja bem vindo ao Barreirinho.

Tem uma baiana porreta que faz de tudo prá agradar,
Só não dê alteração, nem se meta a besta com ela,
Pois do mesmo modo que abraça, ela pode machucar.
Todos são bem recebidos venha de carro ou em cima de sela,
Desde que mantenha o respeito e siga as regras do lugar,
Se assim não for sai corrido e ainda apanha de panela.

Não deixe de conhecer este lugar maravilhoso,
O aconchego, o tempero é tudo muito gostoso.
Ainda que você coma, só um pão com mortadela,
Será muito bem tratado como se consumisse costela.
Mas se quiser confirmação de quem vai lá há muitos anos
Procure em Itajubá o meu amigo Luciano.

JCA

APRENDENDO COM O "MESTRE DRUMMOND" 40

Cem máximas que resumissem a sabedoria universal tornariam dispensáveis os livros.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

LIÇÃO DE PAI A GENTE PRECISA APRENDER

Todas as vezes que os problemas vão se acumulando em minha vida, todas as vezes que as coisas erradas vão emendando umas às outras e parece que estou entrando num túnel sem saída, todas as vezes que por mais que eu tente tudo que faço falha e o fundo do poço vai se aproximando mais e mais, me lembro das palavras do meu pai: "Quando acontece uma porção de coisas erradas ao mesmo tempo, peça para vir mais erros ainda, assim quando terminar esta fase virão somente coisas boas".
Ele está absolutamente certo. Nestas horas não adianta espernear, arrancar os poucos cabelos que ainda teimam em resistir sobre a cabeça, não resolve brigar com todos à sua volta e tentar encontrar um ou mais culpados para a situação, muito menos agredir as pessoas que te amam e que convivem de perto com você, passando pelas mesmas dificuldades.
Meu pai está certíssimo, quando chegamos a esta fase o melhor a fazer é procurar um canto em silêncio e pedir a Deus que mande todas as tragédias que merecemos imediatamente. Primeiro que já estamos vacinados, no clima da luta, preparados de certa forma para tudo, e depois pela lógica da reflexão do "Seu" Vicente, deixe as coisas ruins virem de vez e esperemos a bonança que seguirá a esta etapa cruel. Cruel mas fortalecedora, dura de enfrentar mas responsável pela união dos verdadeiros amigos. É um poderoso filtro, uma peneira para os relacionamentos, os que sobreviverem são os que importam, os outros podem passar pelos orifícios por menores que sejam, pois não merecem ser salvos. Aproveito estas horas para rever meus conceitos, minhas atitudes e minha forma de encarar as atribulações. Sempre saio melhor, mais forte, mais humano e responsável de toda esta tormenta. Sendo assim, depois de tudo agradeça ao Criador pelos desafios que lhe são impostos pela vida.

JCA

OS DIFERENTES TOQUES DOS SINOS DAS IGREJAS

Como já contei em outras ocasiões, nasci, cresci, estudei e passei 35 anos de minha vida na cidade de São Paulo, o que serviu para valorizar muito os momentos que passei na casa dos meus avós maternos em Itajubá no Sul de Minas Gerais. Cada nova temporada de férias que chegava trazia consigo uma ansiedade infantil, que era natural, mas que vinha recheada de curiosidades em torno da cultura diferente com a qual eu precisaria conviver por dois meses ou mais. Foi uma experiência enriquecedora em todos os aspectos, jogar bolinha de gude na terra, andar a cavalo, tirar leite, comer carne de porco, galinha, vaca ou cabrito que eram criados no quintal. Comida feita todos os dias no fogão a lenha que era aceso por volta das cinco da manhã e só apagava depois das oito da noite, e durante todo o dia havia panelas em cima dele e quem chegasse comia. Muita gente entrando e saindo, pois a família era grande, eram oito filhos, primos, sobrinhos, vizinhos e amigos que mantinham a casa sempre cheia. Mas uma das lembranças que permanece até hoje é do sino da Igreja Nossa Senhora das Graças no Morro do Cruzeiro. Foi nesta época e em Itajubá que fui aprender a diferença entre os toques. Quando era um toque barulhento, repetitivo era a chamada para a missa. Todos apertavam o passo, pois o padre era severo e começava no horário certo. Já aquele toque pausado, quase uma balada de adeus anunciava os enterros e a tristeza tomava conta de todas as localidades aonde o som do sino chegava. Em dias de festa o sino distribuía alegria, seu toque parecia um sorriso que atraía a todos já antecipando a celebração que reuniria as famílias. Hoje quase toda esta linguagem dos sinos está extinta e existem igrejas que ao invés do sino utilizam uma “coisa” tecnológica que imita o som original. Que pena.

JCA

APRENDENDO COM O "MESTRE DRUMMOND" 39

stop

a vida parou

ou foi o automóvel?

terça-feira, 26 de outubro de 2010

DE MINAS PARA O MUNDO - PARTE 17 - CLARA NUNES


Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, mais conhecida como Clara Nunes nasceu em Paraopeba, MG, em 12 de agosto de 1943. O pai, Mané Serrador, era violeiro e cantador de folias-de-reis. Órfã desde pequena, aos 16 anos foi para Belo Horizonte, onde conseguiu empregar-se como operária numa fábrica de tecidos.

Por essa época cantava no coral de uma igreja, ao mesmo tempo em que, ajudada pelos irmãos, concluía o curso normal. Em 1960 foi a vencedora da final do concurso A Voz de Ouro ABC, em sua fase mineira, com Serenata do Adeus (Vinícius de Moraes), e obteve o terceiro lugar, na finalíssima realizada em São Paulo, com Só Adeus (Jair Amorim e Evaldo Gouveia). Contratada pela Rádio Inconfidência, de Belo Horizonte, durante um ano e meio teve um programa exclusivo na TV Itacolomi. Nessa mesma época, cantava em boates e clubes, tendo sido escolhida, por três vezes, a melhor cantora do ano.

Em 1965 foi para o Rio de Janeiro e passou a apresentar-se na TV Continental, no programa de José Messias. Ainda nesse ano, após teste, foi contratada pela Odeon, que, em 1966, lançou seu primeiro LP, A voz adorável de Clara Nunes, em que interpreta boleros e sambas-canções. Em 1968, gravou Você passa e eu acho graça (Ataulfo Alves e Carlos Imperial), que foi seu primeiro sucesso e marcou sua definição pelo samba.

Em 1972, além de ter realizado seu primeiro show, Sabiá, sabiô (com texto de Hermínio Bello de Carvalho), no Teatro Glauce Rocha, no Rio de Janeiro, lançou o LP Clara, Clarice, Clara, com musicas de compositores de escolas de samba e outras de Caetano Veloso e Dorival Caymmi. Ainda nesse ano, gravou o samba Tristeza pé no chão (Armando Fernandes), apresentado no Festival de Juiz de Fora, que vendeu mais de 100 mil copias. Em fevereiro 1973, estreou no Teatro Castro Alves, em Salvador, com o show O poeta, a moça e o violão, ao lado de Vinícius de Moraes e Toquinho. Em 1973 gravou na Europa o LP Brasília e, no Brasil, o LP Alvorecer, que chegou ao primeiro lugar de todas as paradas brasileiras com Conto de areia (Romildo e Toninho). Em 1974, ao lado de Paulo Gracindo, atuou no Canecão, no Rio de Janeiro, na segunda montagem do espetáculo Brasileiro, profissão esperança, de Paulo Pontes (do qual foi lançado um LP), que contava as vidas de Dolores Duran e de Antônio Maria. Em 1975, ano do seu casamento com o compositor Paulo César Pinheiro lançou Claridade, seu disco de maior sucesso. Outro grande sucesso veio em 1976, com o disco Canto das três raças. Em 1977 lançou As forças da natureza, disco mais dedicado ao samba e ao partido-alto. Em 1978 lançou o disco Guerreira, interpretando outros ritmos brasileiros. Em 1979 lançou o disco Esperança. No ano seguinte veio Brasil mestiço, que incluiu o sucesso Morena de Angola, composto por Chico Buarque para ela. Em 1981 lançou Clara, com destaque para Portela na avenida. No auge como intérprete, lançou em 1982 Nação, que seria seu último disco.

Morreu em 02 de Abril 1983, depois de 28 dias de agonia, hospitalizada após um choque anafilático ocorrido durante uma cirurgia de varizes. Em dezembro de 1997, a gravadora EMI reeditou a obra completa da artista, em 16 CDs remasterizados no estúdio de Abbey Road, em Londres, e embalados em capas que reproduzem as originais.

JCA

APRENDENDO COM O "MESTRE DRUMMOND" 38

–O senhor cultiva epigramas?

- Não, só a grama do meu jardim.

TEXTO QUE VALE A PENA LER, E AVALIAR NOSSA MALDADE...

Ele segurava com firmeza a haste cilíndrica e dizia-lhe para que servia aquilo. Ela afirmou nunca ter visto algo do tipo, perguntou se eram todos iguais, julgou muito grande, imaginou que pudesse machucá-la, atravessá-la de um lado ao outro... Ainda se deteve na ponta por algum tempo. Por que afinal era mais grossa? Ele pediu calma, já havia feito outras vezes, não iria nem doer e podia apostar que ela gostaria bastante.
Aproximou do orifício, ela se afastou temendo. Logo pediu desculpas, afirmou que não seria boba, que tentasse de novo, pois deixaria, e fechou os olhos.
Quando sentiu no canal, sorveu entredentes, lacrimejou, mas era-lhe um alívio. Era gostoso. Ele olhou a ponta: você nunca havia feito mesmo!? Ela piscando as lágrimas, virou-se e ele entendeu que ela queria também do outro lado.
Repetiu o proceder. Ela de novo gemeu, deleitou-se deveras, deixou-se até revirar os olhos. Depois disse que dali para frente faria aquilo sempre. Não era difícil e ela poderia fazer sozinha. Como pode nunca ter limpado os ouvidos?

JCA

HOJE CHOVEU GRANIZO

Quando eu era pequeno, muitas vezes em férias aqui no Sul de Minas, já que infelizmente nasci e morei por trinta e cinco anos em São Paulo, eu tive oportunidade de brincar e me encantar com as pedrinhas de gelo que desciam do céu junto com uma chuva rápida que mineiro batiza de "molhar bobo". Com a correria da vida e as loucuras que praticamos em busca de uma vida melhor, ganhar dinheiro, ter uma casa própria, um carro mais novo, poder viajar no fim de ano e coisas assim, acabamos nos esquecendo de aproveitar, ou pelo menos parar e observar os espetáculos que a natureza nos proporciona como uma chuva de pedra, que os mais cultos chamam de granizo. Quantos finais de tarde foram decorados pelas pedras que forravam as ruas de terra da cidade de Itajubá e deixava de queixo caído o então turista que era eu e que na cidade grande quase nunca podia ver uma coisa destas. Como é bom lembrar destas tardes, da alegria da criançada correndo para fora das casas para encher as mãos com as pedrinhas de gelo e brincar sem preocupações. Algumas colocávamos na boca e que gosto maravilhoso tinha o gelo de Deus, presente que ele nos enviava e nós apreciávamos tanto. Ai como é bom lembrar dos bons momentos do passado e colocar estas alegrias novamente no coração e na mente. Como faz bem lembrar daqueles amigos, hoje já homens feitos e que talvez não tenham tido a oportunidade de ver de novo uma chuva de pedra. Aconteceu agorinha, o chão ainda está molhado da chuva que trouxe as pedrinhas, mas a sensação de hoje foi outra, eu estava dentro do carro e só rezava para as pedras não quebrarem um vidro, os poucos segundos pareciam intermináveis. Que diferença da alegria dos meus tempos de menino, descalço corria por dentro das enxurradas em busca das pedras de gelo sem me preocupar se elas poderiam causar prejuízo a alguém. Que saudade do tempo da inocência e do prazer que pouca coisa me causava.

JCA

LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO, SEMPRE ATUAL GÊNIO É ASSIM...

Dez coisas que levei anos para aprender...

1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom ou empregado, não pode ser uma boa pessoa.
(Esta é muito importante. Preste atenção, nunca falha).

2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.
(Está cheio de gente querendo te convencer!).

3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.
(Na maioria das vezes quem está te olhando também não sabe! Ta valendo!).

4.. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.
(Deus deu 24 horas em cada dia para cada um cuidar da sua vida e tem gente que insiste em fazer hora-extra!).

5. Não confunda sua carreira com sua vida.
(Aprenda a fazer escolhas: trabalho é trabalho, vida pessoal é vida pessoal!).

6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.
(Quem escreveu deve ter conhecimento de causa!).

7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria 'reuniões'.
(Onde ninguém se entende...)

8. Há uma linha muito tênue entre 'hobby' e 'doença mental'.
(Ouvir música é hobby... No volume máximo às sete da manhã pode ser doença mental!).

9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito
(Que bom!)

10. Lembre-se: nem sempre os profissionais são os melhores. Um amador construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.
(É Verdade!).

Uma última, mas não menos sábia:

"Guardar ressentimentos é como tomar veneno e esperar que outra pessoa morra."
William Shakespeare

JCA

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

PERSONAGENS IMPORTANTES

Quando assistimos a um filme ou a uma novela, quando lemos um livro sempre nos deparamos com os protagonistas, ou seja com os principais personagens que atuam na trama e que nos fazem rir e chorar, sentir raiva ou inveja. Porque será que na vida, no dia a dia, em nossos relacionamentos, quer sejam próximos ou distantes não prestamos atenção a estes personagens importantes? Porque será que nos esquecemos com tanta facilidade daqueles que contribuiram sobremaneira para a construção e até o desbrvamento das estradas pelas quais camonhamos hoje em segurança? Ainda bem que ainda é tempo de agradecer a cada um deles e lhes mostrar o nosso mais profundo reconhecimento por toda a sua coragem e determinação, por todo o seu empenho em transformar a realidade e proporcionar a um grande número de pessoas que na maioria das vezes nem mesmo chegaram a conhecer uma vida mais tranquila. Na sua dedicação à obra diária nunca se deram muita importância, nunca buscaram aplausos ou mesmo prêmios e homenagens pomposas, simplesmente acreditavam que algo precisava ser feito, arregaçavam a mangas e faziam, enfrentando as maiores e mais árduas dificuldades e ao realizar, já partiam para um próximo desafio e assim viveram. Estes homens e mulheres especiais presisam ser lembrados e devem sempre servir de exemplo às gerações atuais que parecem estar conformadas com o que já existe e não se preocupam em interferir na realidade modificando o cenário onde atuam construindo um futuro melhor. Ouçam, leiam, busquem, informem-se jovens de hoje sobre as grandes transformações provocadas por estes personagens de atitude definida que aqui estiveram antes de nós. Usem como mola propulsora das suas conquistas as experiências anteriores e respeitem o passado para que possam contruir no presente um futuro harmonioso e feliz.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

APRENDENDO COM O "MESTRE DRUMMOND" 37

É menor pecado elogiar um mau livro sem o ler, do que depois de o ter lido. Por isso, agradeço imediatamente depois de receber o volume. Não há vida literária plenamente virtuosa.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

DE MINAS PARA O MUNDO - PARTE 16 - PADRE FÁBIO DE MELO


Padre Fábio José de Melo Silva nasceu na cidade de Formiga (Minas Gerais), no dia 3 de abril de 1971. Tornou-se nacionalmente conhecido por seu trabalho como comunicador: sua obra compõe-se de 6 livros publicados e também de 11 CDs que, juntos, venderam mais de 1,8 milhão de unidades. Mestre em antropologia teológica, foi ordenado em 2001 e atua na diocese de Taubaté, interior de São Paulo. Ele é o caçula dos oito filhos do pedreiro Dorinato Bias Silva e da dona-de-casa Ana Maria de Melo Silva.
O sacerdócio
Após 18 anos de formação e estudos em seminários, no dia 15 de Dezembro de 2001, em sua cidade natal, na Igreja Matriz de São Vicente Ferrer, foi ordenado sacerdote pela oração consecratória da Igreja e imposição das mãos do Arcebispo Metropolitano de Palmas, Tocantins, Dom Alberto Taveira Corrêa.
O padre Maurício Leão teve grande influência na sua vida de seminarista, levando-o para o seminário de Lavras. Em sua vida sacerdotal, tem como referência os padres Zezinho, Joãozinho e Léo Tarcísio.
Padre Fábio de Melo fez o primeiro grau na Escola Estadual Abílio Machado, em Formiga (MG), e o segundo grau no colégio Nossa Senhora de Lourdes, em Lavras (MG). Formou-se em Teologia na Faculdade Dehoniana de Taubaté, com diploma emitido pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, e em Filosofia na Fundação Educacional de Brusque, em Santa Catarina.
Fez pós-graduação em educação no Rio de Janeiro e mestrado em Belo Horizonte, junto aos jesuítas, no Instituto Santo Inácio – ISI (FAJE: Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia).
Em seguida, retornou a Taubaté, para lecionar na área de Teologia Fundamental e Sistemática, na mesma faculdade em que havia se formado.
A poesia e a música
Tendo como referencial o Padre Zezinho, scj, precursor dos padres cantores desde a década de 60, padre Fábio de Melo lançou seu primeiro CD, em 1997, com o título "De Deus um cantador".
Em seguida "Saudades do Céu", com a participação de diversos artistas católicos, reunindo os cantores de sua congregação, como padre Zezinho e padre Joãozinho, incluídos no CD "Canta coração", um tributo ao Sagrado Coração de Jesus.
Ao receber a ordenação diaconal, compõe "As estações da vida", que viria a ser a música de abertura de suas apresentações ao vivo, especialmente depois do lançamento do DVD Eu e o Tempo.
Já ordenado padre, em 2003, traz ao mercado o seu mais novo trabalho, "Marcas do eterno".
No ano de 2004, envereda por um projeto independente, o disco "Tom de Minas", de conteúdo autoral, que homenageia nomes e lugares de seu estado natal: Minas Gerais, contando com a participação do cantor e compositor popular Paulinho Pedra Azul, do qual resulta um show na capital, Belo Horizonte, com o nome "Minas e Outros Tons". Reportagem;
O retorno aos temas ligados a sua formação, fazem parte do CD Humano Demais em 2005, que contém canções de sua autoria e de outros compositores da música católica.
Em 2006, celebrando seus 10 anos de atuação na música católica, decide-se por um trabalho que inclui além de algumas de suas composições, diversas conhecidas canções "sertanjeas", numa homenagem a suas origens e a seu pai, que também cantava e tocava viola caipira.
O CD de 2007, Filho do Céu, primeiro fora das Paulinas e agora pela Canção Nova, fala de vivencias pessoais e daqueles que se foram, como o Padre Léo Tarcisio, seu formador, durante o seminário e grande amigo e do cantor e compositor Robson Jr., dos Cantores de Deus e seu melhor amigo, ambos mortos na mesma época, vítimas de câncer.
Em 2009, o CD Enredos do Meu Povo Simples retoma a ideia já experimentada em "Zé Da Silva", com canções sertanejas, apresentando as que ficaram fora do outro projeto.
Discografia - Álbuns de inéditas
• 1997 - De Deus um cantador (Paulinas-COMEP)
• 1999 - Saudades do céu (Paulinas-COMEP)
• 2001 - As Estações da Vida (Paulinas-COMEP)
• 2003 - Marcas do eterno (Paulinas-COMEP)
• 2004 - Tom de Minas (Independente)
• 2005 - Humano Demais (Paulinas-COMEP)
• 2006 - Sou um Zé da Silva e Outros Tantos (Paulinas-COMEP)
• 2007 - Filho do Céu (Canção Nova)
              Enredos do meu povo simples (Paulinas-COMEP)
• 2008 - Vida (LGK Music, Som Livre) - 1.200.000 cópias
• 2009 - Iluminar (Som Livre)
Álbuns ao Vivo
• 2009 - Eu e o Tempo ao vivo (LGK Music, Som Livre)
DVDs
• 2009 - DVD Eu e o Tempo (LGK Music, Som Livre)
Coletâneas
• 2000 - Canta Coração (Paulinas-COMEP)
• 2007 - Grandes Momentos (Paulinas-COMEP)
• 2008 - Coletânea Padre Fabio De Melo (LGK music, Som Livre)
• 2009 - Grandes Momentos 2 (Paulinas-COMEP)
              Grandes Sucessos Vol.1 - Vários Artistas (Paulinas-COMEP)
              Grandes Sucessos Vol.2 - Vários Artistas (Paulinas-COMEP)
• 2010 - Pe. Fábio de Melo-Coletânea Série Ouro - 50 anos da Palinas-COMEP (Paulinas-COMEP)
Projetos Paralelos
• 2007 - Enredados ao Vivo Vol. 1 - Enredados Brasil (Adriana, Ziza Fernandes, Pe. Fábio de Melo, Dunga, Martin Valverde e Migueli) (Solo Sagrado Produções e Eventos)
               Enredados ao Vivo Vol. 2 - Enredados Brasil (Solo Sagrado Produções e Eventos)
               DVD Enredados ao Vivo - Enredados Brasil (Solo Sagrado Produções e Eventos)
Participações em CD
• 2005 - Mais Feliz - Adriana (faixa 12 - "Nossa Missão");
• 2007 - Adriana Ao Vivo - Adriana (faixa 12 - "Humano Amor de Deus");
• 2009 - Tudo Posso - Celina Borges (faixa 10 - "Lava-me");
              Coração sem abrigo - Andre Leonno (faixa 11 - "Contrários");
              Milagres - Adriana - (faixa 03 - "Milagres");
Participações em DVD
• 2010 - Raizes ao Vivo - Daniel - (faixa 11 - "Só o amor");
              Roupa Nova - 30 anos - Roupa Nova - (lançamento previsto para Novembro);
              Adriana Ao Vivo - Adriana - (faixa 12 - "Humano Amor de Deus";
Livros
• 2006 - Tempo: saudades e esquecimentos - Paulinas-COMEP - ISBN 853560989X
• 2007 - Amigo: somos muitos, mesmo sendo dois - Editora Gente - ISBN 978-85-7312-584-9
• 2008 - Quem Me Roubou de Mim? - Canção Nova - ISBN 97-885-7677098-5
• 2008 - Mulheres de aço e de flores - Gente - ISBN 97-885-7312610-5
• 2008 - Quando o sofrimento bate a sua porta - Canção Nova - ISBN 97-885-7677122-7
• 2009 - Cartas entre Amigos - sobre medos contemporaneos com Gabriel Chalita - Ediouro - ISBN 97-885-6030302-1
• 2009 - Mulheres Cheias de Graça - Ediouro - ISBN 9788500330223
• 2010 - Cartas entre Amigos - sobre ganhar e perder com Gabriel Chalita - [Editora Globo] - ISBN 8525048402
Prêmios
• 2009 - I Troféu Louvemos o Senhor:
              Melhor Interprete Masculino de 2008
              Destaque do Ano de 2008
• 2009 - Melhor Interprete Masculino de 2009

              Destaque do Ano de 2009
              Melhor Compositor de 2009
              Melhor Música de 2009 por "Incendeia minha alma" - Compositores: Rogério e Júlio Cesar
              Melhor Música do Ano por "Tudo é do Pai" - Compositor: Frederico Cruz
• 2010 - Troféu Melhores do Ano do Domingão de Faustão:
              Melhor Cantor
              II Troféu Louvemos o Senhor:

JCA

APRENDENDO COM O "MESTRE DRUMMOND" 36

O progresso dá-nos tanta coisa que não nos sobra nada nem para pedir, nem para
desejar, nem para jogar fora.

O DIA DO MÉDICO

Publico aqui um texto enviado ao Doutor Xavier Lisboa pelo autor, Álvaro Albuquerque. Neste 18 de outubro, dia do médico, minha modesta homenagem, ao autor, ao Doutor e mestre Xavier Lisboa e ao Doutor Gaspar Lisboa, além de ser um presente a todos os médicos.

Por certo nem te lembras (tão criança eras naquele tempo) e no entanto,
Um homem quantas vezes mudou o pranto de teus pais, em sorriso de bonança.

Por certo nem te lembras (já te cansa a memória talvez) que um dia no entanto,
Esse homem teria sido maior que um santo, salvando um filho teu, tua esperança!

O bem que se recebe. a gente esquece. Somente a dor jamais será esquecida.
Enfim, quem a curou... desapareceu.

Mas, se este poema, acaso te enternece, ama o teu médico através da vida.
Lembra-te dele, ao menos uma vez, numa prece.

JCA

sábado, 2 de outubro de 2010

AS MUDANÇAS PROVOCADAS PELAS PRÓPRIAS MUDANÇAS

A vida, principalmente a moderna, onde tudo é muito veloz e se perde em tão pouco tempo, provoca um certo descompasso entre o ter e desfrutar do prazer de ter. A evolução cultural, econômica e profissional permite o acesso cada vez maior de um grande número de pessoas a bens e produtos antes quase proibidos, por exemplo: carro, hoje se pode comprar um carro para pagar em até 84 pagamentos; televisores moderníssimos de "LCD", "LED", "3D" em parcelas de 50 ou 60 reais; a internet se transformou num grande mercado onde quase tudo pode ser adquirido em diminutas prestações no famigerado cartão de crédito. Toda esta facilidade de comprar "tira" um pouco do prazer de conquistar, pois o que vem fácil quando se vai não deixa muita saudade. Antigamente a gente dava muito mais valor a cada compra, uma vez que ela sempre envolvia sacrifício. As relações interpessoais também estão se tornando descartáveis, as pessoas estão banalizando os relacionamentos, estão dando pouca (ou nenhuma) importância aos sentimentos que são os verdadeiros pilares de sustentação de um relacionamento. Hoje da mesma forma que uma moça deixa a casa dos pais para se casar ela volta como se tivesse apenas ido passar um fim de semana fora. E o mais incrível é que esta situação passou a ser a regra quando deveria ser a exceção e ninguém faz nada para mudar o cenário. É triste perceber que as gerações que virão ficarão sem referência para se adequar à uma sociedade humanamente sustentável.

JCA