A vida, principalmente a moderna, onde tudo é muito veloz e se perde em tão pouco tempo, provoca um certo descompasso entre o ter e desfrutar do prazer de ter. A evolução cultural, econômica e profissional permite o acesso cada vez maior de um grande número de pessoas a bens e produtos antes quase proibidos, por exemplo: carro, hoje se pode comprar um carro para pagar em até 84 pagamentos; televisores moderníssimos de "LCD", "LED", "3D" em parcelas de 50 ou 60 reais; a internet se transformou num grande mercado onde quase tudo pode ser adquirido em diminutas prestações no famigerado cartão de crédito. Toda esta facilidade de comprar "tira" um pouco do prazer de conquistar, pois o que vem fácil quando se vai não deixa muita saudade. Antigamente a gente dava muito mais valor a cada compra, uma vez que ela sempre envolvia sacrifício. As relações interpessoais também estão se tornando descartáveis, as pessoas estão banalizando os relacionamentos, estão dando pouca (ou nenhuma) importância aos sentimentos que são os verdadeiros pilares de sustentação de um relacionamento. Hoje da mesma forma que uma moça deixa a casa dos pais para se casar ela volta como se tivesse apenas ido passar um fim de semana fora. E o mais incrível é que esta situação passou a ser a regra quando deveria ser a exceção e ninguém faz nada para mudar o cenário. É triste perceber que as gerações que virão ficarão sem referência para se adequar à uma sociedade humanamente sustentável.
JCA
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