Elenco
Ana Alice Souza
Beth Carvalho
Carolina Damasceno
Dani Costa
Eloiza Mendes
Érica Elke
Felipe Saleme
João Melo
Júlia Medeiros
Lido Loschi
Lourdes Araújo
Pablo Bertola
Renato Neves
Ronaldo Pereira
Soraia Moraes
Iluminador
Rony Rodrigues
Direção
Regina Bertola
Produção
Fátima Jorge
Júlia Medeiros
Pablo Bertola
Equipe Técnica
Trabalham constantemente com o grupo:
Jorginho de Carvalho: iluminação
Gilvan de Oliveira: direção musical, arranjos, composição e violão
Babaya: preparação vocal
Tânia Werneck, Alexandre Rousset e Tereza Bruzzi: cenografia e figurino
Tião Rocha: assessoria
Gutt: arte gráfica
Murilo Correa: sonorização
Talvez por trazer implantado em sua estrutura o gene de sua origem como movimento cultural, comprometido com projetos de mobilização e cidadania, ligado às diversas áreas do fazer cultural como música, literatura, artes plásticas, jornalismo, educação. Talvez por vocação ou formação, o fato é que o Ponto de Partida cresceu tecendo laços, fundando parcerias, estabelecendo alianças.
Por catalisar e mobilizar desejos e sonhos, conquistou uma representatividade que logo lhe exigiu uma escolha - se quisesse de fato intervir no contexto do seu tempo histórico, mais que o representante, era preciso ser o portador desses desejos. Ora, desejos não se transportam em potes, é preciso encontrar uma forma para expressá-los.
Então nos inventamos um grupo de teatro e fizemos uma opção que nos determinou - não nos mudaríamos de Barbacena, mas também não aceitaríamos os limites da província. Não seríamos emigrantes, mas viajantes e hospedeiros.
Estava instalada uma picada na contramão da produção cultural brasileira, que há muito já havia definido seu endereço e suas vitrines. Modificar este fato exigiria três condições básicas: originalidade, trabalho e competência. A partir disso o grupo definiu suas diretrizes: trabalharia com pesquisa, principalmente da cultura brasileira, e investigaria uma linguagem que conquistasse uma identidade e colocasse o homem brasileiro no palco, no papel principal. Seu principal investimento seria em formação, contínua e diversificada, na busca incessante por qualidade e aperfeiçoamento. Seria itinerante e independente e, portanto, mais do o que dominar, era preciso inventar formas alternativas e efetivas de produção.
Nestes vinte e seis anos o Ponto de Partida tornou-se uma companhia de repertório, itinerante, independente, com 20 profissionais em exercício permanente, 26 espetáculos montados e cunhou uma marca. Sistematizou processos e métodos de criação e produção, conquistou parcerias, construiu um repertório de dramaturgia brasileira dos mais consistentes, inaugurou um canto aprendido no ventre das minas e ele rompeu forte das entranhas das Gerais ressoando pelo Brasil e as lonjuras da África, da Europa e da América do Sul.
Nestes anos conviveu ou trabalhou com figuras referenciais da cultura brasileira como, Milton Nascimento, Fernanda Montenegro, Sérgio Britto, Paulo Gracindo, Jorge Amado, Manoel de Barros, Álvaro Apocalypse, Maestro Ademarzinho, Adélia Prado, Bartolomeu Campos Queirós e com meninos, operários, policiais, anônimos que marcaram sua trajetória. Experimentou vivências inesquecíveis em suas viagens. A Angola, em plena revolução. Em Paris onde representou o Brasil nos 50 anos da Unesco e apresentou-se, anos depois, no Théâtre des Champs-Élysées com os Meninos de Araçuaí e Milton Nascimento. Nas temporadas em Montevidéu, onde conheceu e ainda conviveu com o lendário diretor do El Galpon, Atahualpa del Cioppo. Em suas andanças pelo interior de Portugal apresentando em antigos claustros, ruínas de castelos, teatros centenários, ou cortando o sertão mineiro atrás dos rastros desse homem-humano, brasileiro e hóspede do universo, inacabado e em travessia, estranha dualidade presa num só corpo, aleijão e milagre, jagunço e herói, mítico e bizarro, homem e mulher, Deus e o diabo, e que os desavisados acreditam ser uma invenção de João Rosa. Conquistou prêmios como a Medalha do Mérito Cultural, da Presidência da República, a Medalha da Inconfidência Mineira, do governo de Minas Gerais e o respeito profundo de seu público com quem estabeleceu laços fecundos e apaixonados.
Por configurar-se como uma referência de estrutura de grupo no universo cultural do Brasil, por construir uma trajetória singular e inovadora, pela qualidade que já conquistou e que busca incessantemente, o trabalho do Ponto de Partida tornou-se exemplar, estimulando a criação de novos grupos, promovendo um intercâmbio permanente com os vários movimentos espalhados por Minas e pelo Brasil, repassando processos, métodos e tecnologias que já incorporou e sistematizou.
Por tudo isso seu núcleo original ampliou-se aglutinando profissionais das mais diversas áreas e centenas de jovens em busca de formação. Atualmente o Ponto de Partida é responsável direto pela formação ou o trabalho de 211 pessoas. Os 15 profissionais do grupo, que se dividem e se somam como atores, cantores, produtores, mobilizadores, técnicos, músicos, professores, diretores, 9 músicos que trabalham como mestres na Bituca e na Casa de Arte&Ofício e atuam nos espetáculos musicais do grupo, 120 aprendizes da Bituca - Universidade de Música Popular, 20 jovens atores que fazem formação na Casa de Arte&Ofício, 40 crianças do coro dos Meninos de Araçuaí e 8 profissionais que trabalham permanentemente em sua equipe técnica.
Parece, às vezes, que o Ponto de Partida não é um grupo de teatro, mas uma fundação cultural que tem que manter sua atuação no nível da excelência, para que todos esses projetos sejam eficientes, fecundos e prazerosos. No entanto o trabalho indescritível que tudo isso nos obriga não nos roubou a paixão, a humildade de respeitar os mistérios, a paciência de amadurecer desejos ao sereno, a coragem de desbravar o sertão, a alegria para grandes pelejas, o prazer de inventar histórias, a mania de entortar o rumo das coisas e a certeza de que quando o sonho e o trabalho se juntam, até o milagre é possível.
O trabalho evoluiu e surgiu a necessidade e o desejo de oferecer formação a novos profissionais, mas para implantação seria necessário montar uma escola ou melhor uma universidade, começando pela música. Nasce assim a Bituca: Universidade de Música Popular, uma escola diferente onde os professores não são doutores e nem mestres graduados em outras Universidades de renome, mas sim músicos de verdade, batalhadores e experientes homens e mulheres que passaram toda a vida atuando diretamente com o público e recebendo deste público a energia necessária para seguir em frente.
Imagine uma escola de música popular brasileira, profissionalizante, no interior de Minas Gerais, instalada num complexo arquitetônico do século passado, que abrigou a primeira fábrica de seda do Brasil, cercada por Mata Atlântica preservada, onde os mestres são, em vez de acadêmicos, músicos renomados e os cursos são inteiramente gratuitos. Essa escola existe, é a Bituca: Universidade de Música Popular criada em Barbacena, há quatro anos, pelo Grupo de Teatro Ponto de Partida.
Continuando o projeto De Olho no Palco, a Bituca: Universidade de Música Popular apresenta mais duas bandas formadas com seus alunos, a banda instrumental “Quatro no Trio” com direção musical de Gilvan de Oliveira e a banda “ Mentira Cabeluda” com direção musical de Ian Guest. O Ponto de Partida assina a produção e a direção artística.
Quatro no Trio
Rafael Gonçalves, Guilherme Veroneze, Dall Silva, Gladston Vieira
Mentira Cabeluda
Natália Vargas, Rick Vargas, Júlio Sátyro, Janice Vallo
Esse projeto é uma ótima oportunidade para que o público veja de perto o resultado do trabalho feito na Bituca e também conheça os novos talentos da MPB.
Os shows acontecerão na Bituca: Universidade de Música Popular
Quatro no Trio - 09/09 quinta-feira às 20h.Mentira Cabeluda - 11/09 sábado às 20:00h.
Ingressos limitadíssimos
Informações e vendas: 3331 5803 - http://www.grupopontodepartida.com.br/
JCA
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