domingo, 5 de setembro de 2010

A BENÇÃO SAULO LARANJEIRA E SUA "ARRUMAÇÃO"

Desde pequeno eu escuto que cultura não dá ibope,
Não sai em capa de revista, não faz esgotar jornal.
Na minha pura inocência, nunca acreditei nessa bobagem.
Num silêncio absoluto, vi popular virar pop,
Ganhar glamour vida de artista, passar em rede nacional,
Mas dentro da minha prudência, fui absorvendo a mensagem.

Vi nascer na rede globo, um programa cultural,
Passava domingo cedo, horário meio “vulgar”,
Rolando Boldrin comandava esta aula de cultura.
Deixava o telespectador meio bobo, cada atração musical,
O patrocinador com medo, foi apostando devagar,
Fortalecendo assim esta inovadora estrutura.

Os anos foram passando, assumiu Lima Duarte,
Transformando em vitrine, a telinha da “TV”,
O Brasil podia ser visto meu Deus quanta novidade.
Talentos iam chegando, vinham de toda parte,
O horário era um magazine, dava gosto de se ver,
Até mesmo “Jesus Cristo, lá estava de verdade.

“Como o que é bom dura pouco” tiraram o programa do ar,
O espaço ficou vazio, que tristeza para os artistas,
Falta de sensibilidade, incompetência, que besteira.
Ao mesmo tempo num sufoco, nascia em outro lugar,
Outro pequeno pavio, que trazia no comando um novo idealista,
Pela perseverança e vontade, “Salve Saulo Laranjeira”.

Que pena que nos privaram no domingo de manhã,
Do encontro emocionante com representantes puros,
Da nossa cultura viva, por pura judiação.
Que bom que nos presentearam em uma emissora co-irmã,
Com a presença marcante, deste homem tão seguro,
De criatividade nativa fazendo esta “Arrumação”.

Durante esta nossa queixa, vinte anos são passados,
E Saulo foi conquistando cada dia e cada ano,
Um novo colaborador, parceiros e amigos de jornada e fé.
Mesmo que não prossiga ele nos deixa, um exemplo consagrado,
Desde modo nos mostrando, ao lado de Olavo Romano,
Que um apresentador apoiado no trabalho permanece sempre em pé.

Cada programa um personagem, nos orienta e ensina,
Que o exemplo é duradouro, que as palavras têm poder,
E que nosso lugar no mundo, depende de nossos atos.
Sempre nos vem a mensagem, dada pela “Véia Messina”,
Com suas lembranças de ouro, nos mostra como aprender,
Que não existe mato fundo que não nos conduza a um regato.

O amor à natureza está presente em tudo que faz,
Orientando a juventude a cuidar do meio ambiente,
Respondendo com simplicidade a perguntas de dar medo.
O segredo da beleza reside em deixá-la em paz.
Depende da nossa atitude e de uma postura inteligente,
Zé da Silva na verdade é um mestre que do mato conhece todo segredo.

Ô meus “amô”, meus “encanto”, minhas “porquêra”,
“Apôis” fiquemos assim, bênçãos e sabedoria,
Encontro da arte com a intuição popular.
Saulo no palco é doutor, um lindo canto no galho da laranjeira,
Um ator, com talento sem fim, transmitindo emoção e alegria,
Levando a toda parte, o que o menino de Pedra Azul ousou sonhar.

JCA

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