Todas as vezes que me deparo com o desaparecimento de um amigo, esta pergunta me vem. Não penso nela, não costumo fazer conjecturas sobre coisa alguma, mas ela insiste em me provocar. Já que a insistência é tamanha vamos enfrentar a questão. Como será amanhecer e não estar mais neste mundo ou nesta vida? Como será não poder mais ser visto pelos amigos ou pela nossa família? Como será morrer? Primeiro quero deixar claro que sou um reencarnacionista por convicção, logo, acredito que haja outro lado, não sei se melhor ou pior, mas existe. Em meus pensamentos mais elaborados creio que deva ser pior, no que diz respeito às exigências, estamos evoluindo e as tarefas e os desafios vão se tornando mais elaborados, mais profundos. Seguindo este raciocínio acredito também que seja uma experiência inicial muito solitária, como aquela que passamos no ventre de nossas mães. Escuro no aspecto pleno da palavra, porém aos poucos a luz vai se fazendo presente e começamos a enxergar melhor o cenário. Nem jardim do édem e nem fogo do inferno, apenas um outro lugar e um recomeço, certamente ao lado de amigos, antigos e novos. Deixamos aqui os parentes e amigos mais recentes e nos reencontramos com os mais distantes, aqueles que partiram antes para preparar a nossa chegada, que encontro feliz, lágrimas e saudade. Finalmente os dias, (se é que lá se mede o tempo assim), vão passando e voltamos a viver como aqui, aos poucos as lembranças desta vida desaparecem para dar lugar ao presente que começamos ater consciência de estarmos vivendo, sempre em busca da paz. Professor Carlos Alberto Dias Coelho, que sejam breves a sua solidão e escuridão e que a paz seja alcançada em toda a sua plenitude. A gente se encontra. Até breve meu amigo.
Este texto foi escrito no dia que ele embarcou.
Este texto foi escrito no dia que ele embarcou.
JCA
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